Limpeza Urbana debatida no Vale do Garrão, em Loulé

08 de novembro 2022

Foi com casa cheia, no Ria Park Hotel & Spa, no Vale do Garrão, concelho de Loulé, que decorreu o IV Encontro Nacional de Limpeza Urbana, uma iniciativa da Associação Limpeza Urbana (ALU) – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis. Cerca de 350 participantes, entre entidades públicas como municípios, empresas municipais, tecido empresarial ligado ao setor ou académicos, reuniram-se no concelho de Loulé para debater uma matéria de grande importância num contexto mundial marcado pelas alterações climáticas.

Os cerca de 40 oradores nacionais e internacionais, oriundos de países como a Finlândia, Inglaterra, Suécia ou Estados Unidos da América, trouxeram a este fórum temas pertinentes. Sob o mote “Roadmap para Cidades Competitivas e Atrativas”, o objetivo foi demonstrar a importância do estado da limpeza urbana como um ativo das cidades, pelo impacto na capacidade de atrair negócios e outras atividades, de captar turismo, de manter habitantes permanentes e felizes. 

Durante o encontro estiveram em destaque temas como as oportunidades de financiamento da legislação nacional para a limpeza urbana e para os resíduos; as novidades decorrentes da diretiva Single-Use Plastics (SUP) nomeadamente a preparação da entidade gestora nacional; estratégias para acabar com os resíduos abandonados e boas práticas de sensibilização e mobilização da população.

Por outro lado, foram apresentados casos práticos de sucesso em torno das abordagens ao modelo de Smart Cities, como as cidades de Estocolmo, de Barcelona ou de Basileia.

O secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, associou-se ao evento e, numa mensagem online, reportou-se à questão dos resíduos urbanos como “uma preocupação dos últimos 40 anos na Europa e que se tem afirmado em Portugal. Na realidade, resíduos indevidamente geridos têm um forte impacto na emissão de gases com efeito de estufa, na utilização e contaminação de solos e lençóis freáticos e no consumo excessivo de recursos naturais, o que compromete o objetivo da neutralidade carbónica e comporta elevados riscos para a saúde pública”, acrescentou.

O responsável da pasta falou do desafio que constitui a gestão adequada dos resíduos em Portugal, destacando a questão da valorização e reciclagem dos resíduos, promoção da circularidade da economia ou a consciencialização dos cidadãos na adoção de comportamentos mais sustentáveis. Frisou ainda o papel do Governo neste sistema de “agir como catalisador”, anunciando alguns dos planos estratégicos do país em que a gestão dos resíduos constitui um dos eixos, bem como os financiamentos previstos.

Na sessão de encerramento, Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, uma das entidades que integra a direção da ALU, realçou o trabalho realizado pelo Município “sob o chapéu dos objetivos de desenvolvimento sustentável e da adaptação às alterações climáticas”. “Temos que, cada vez mais, fazer casar as Smart Cities, com aquilo que elas significam e que trazem de novo para a gestão urbana, com a sustentabilidade ambiental dentro das próprias cidades. Estamos muito empenhados em provocar esse casamento e aqui estamos para colaborar neste desígnio nacional”.

Luís Almeida Capão, presidente da Associação, disse que “nunca houve dúvidas dentro da equipa que este evento, sendo em Loulé, seria mais uma prova daquilo que tem sido a capacidade da associação de ser transversal, quer do ponto de vista territorial, quer na capacidade de discutir ideias e de juntar no mesmo espaço a capacidade de pensar o futuro da limpeza urbana”.

Em 2023, este encontro acontece no mês de outubro, em Cascais.

Multimédia0

Multimédia1

Multimédia2